Tite não ficou em cima do muro. Admitiu que o Corinthians está sofrendo uma pressão forte por conta da Libertadores da América. Especialmente depois do empate por 0 a 0 com o Tolima, no Pacaembu. A vaga na fase de grupos agora depende de uma vitória ou de um empate com gols em Ibagué, na quarta-feira.
- A pressão é maior ainda pelo resultado da classificação. Sabemos que primeiro temos um jogo com o São Bernardo, pelo Paulista, mas sabemos também da quarta-feira. E a pressão é inerente. Estamos pressionados, sim, mas estamos todos em busca da classificação – discursou o comandante alvinegro.
A situação do Timão, porém, não é tão incômoda. Se fizer gols pode até empatar que avança ao Grupo 7, onde estão Cruzeiro, Estudiantes-ARG e Guarani-PAR. O problema é que a desconfiança da torcida aumentou diante da atuação da equipe na última quarta-feira. Ela foi apática, criou pouco e deu muitas chances.
- Eu não concordo que precisamos apresentar um futebol que ainda não apresentamos no ano. Eu concordo, sim, que temos de ser mais equilibrados e que precisamos entrar em um nível de crescimento – acrescentou Tite.
Para buscar mais equilíbrio, a diretoria alvinegra ainda corre atrás de reforços. Principalmente para o ataque e para a armação. Mas ao comentar sobre isso e também a respeito do interesse em Liedson, Tite ficou em cima do muro.
- Existe uma hierarquia e eu só falo do jogador quando ele está no campo. Eu poderia até usar isso como gancho para diminuir a pressão, mas não meu isso. Eu não falo isso para fazer média, eu sou assim – finalizou o treinador.
Para o jogo deste domingo, contra o São Bernardo, Tite optou por uma equipe reserva, reforçada pelo goleiro Julio Cesar. Os titulares voltam a atuar apenas na quarta-feira, contra o Deportes Tolima, em Ibagué, na Colômbia.
Mata-mata precoce faz fantasma assombrar Timão antes da hora
Em oito participações na Taça Libertadores da América, Corinthians teve 11 disputas eliminatórias, com sete derrotas e quatro vitórias
O empate com o Goiás na última rodada do Brasileirão determinou que o Corinthians, terceiro colocado, ficasse “apenas” com uma vaga na primeira fase da Libertadores, e não com um lugar direto na fase de grupos, como seria se tivesse sido campeão ou vice. Aquele resultado colocou o Timão precocemente em um mata-mata, algo que historicamente é traumático para o clube na competição.
Depois do empate por 0 a 0 com o Deportes Tolima, da Colômbia, esse fantasma veio à tona novamente. E o retrospecto do Timão em jogos eliminatórios na Libertadores justifica a desconfiança da Fiel, que não gostou nada da atuação da equipe na última quarta-feira. Muito embora o Corinthians vá ter a vantagem da igualdade com gols no duelo da próxima quarta-feira, em Ibagué.
- O Corinthians não vai acabar se perder o jogo. O ano continua com o Paulista e o Campeonato Brasileiro. O plano não muda. Mas temos certeza de que vamos estar na fase de grupos – declarou Roberto de Andrade, diretor de futebol.
Essa é a nona vez que o Timão participa da Libertadores. E o mais longe que o time chegou foi à semifinal na edição de 2000. Foram 11 mata-matas no total, com quatro vitórias e sete derrotas, algumas delas traumáticas, como as duas para o Palmeiras (em 1999 e 2000) e as duas para o River Plate (em 2003 e 2006).
Tudo começou em 1991. Campeão brasileiro de 1990, o Timão não passou das oitavas de final na Libertadores. Parou no Boca Juniors. Em 1996, no retorno à competição por conta do título da Copa do Brasil de 1995, passou pelo equatoriano Espoli nas oitavas de final, mas foi brecado pelo Grêmio nas quartas.
Voltou a disputar a competição sul-americana em 1999. Na ocasião, bateu o Jorge Wilsterman, da Bolívia, nas oitavas, mas não passou pelo Palmeiras nas quartas. No ano seguinte, deixou Rosario Central e Atlético-MG para trás no mata-mata, mas na semifinal encarou o trauma de ser novamente eliminado pelo arquirrival Palmeiras. E com o ídolo Marcelinho Carioca errando a última cobrança de pênalti.
De lá para cá, o Corinthians esteve em mais três mata-matas de Libertadores. Perdeu todos nas oitavas de final. Para o River Plate em 2003 e 2006, e para o Flamengo no ano passado. Neste ano, o jogo eliminatório foi precoce. E agora é preciso passar pelo Tolima para ter a chance de integrar o Grupo 7, que já tem nele o Cruzeiro, o Estudiantes, da Argentina, e o Guarani, do Paraguai.